Estou absolutamente convencido de que a chave para o sucesso nos negócios e na vida pessoal está (e sempre estará) na EMPATIA.
Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro e procurar entender suas necessidades de forma genuína, abrangente e com respeito verdadeiro às nuances mais profundas dos seus sentimentos. Não despreze o poder oculto do óbvio, contido nesta declaração.
Não adianta continuar professando a inovação como a única saída para a prosperidade empresarial. Precisamos de organizações mais empáticas. Este é o ponto de partida para a inovação. Empresas que de verdade se importem com seus clientes e exijam de seus executivos e executivas que parem de ficar atrás de suas mesas esperando a entrega de pesquisas de mercado, e vão para o campo entender de verdade como seus consumidores vivem, pensam e sentem. Mas, para atingirem uma compreensão autêntica, precisam experimentar a realidade de seus clientes colocando-se no lugar deles, procurando enxergar os fatos pelo olhar dessas pessoas, sem juízo de valor ou ansiedade para tecer suas próprias (às vezes falsas) premissas.
É por isso que os produtos da Apple são tão empáticos e ela consegue ser on code com o Código da Tecnologia – MAGIC: a sensação do inusitado e de que leram meus pensamentos. Nossa expressão de admiração diante das descobertas de novas funcionalidades e facilidades (“nossa, não acredito que eles pensaram nisso!”) é manifestação clara de conexão empática. Steve Jobs, até pouco antes de morrer, mantinha-se como guardião da observação empática de seus usuários, que decretou como mantra da Apple, desde as suas origens.
Empatia também é chave para as amizades e relações amorosas gratificantes, dignificantes e duradouras. Em novembro do ano passado, postei um desabafo no meu blog que representa um dos aprendizados mais caros da minha vida: “amar não basta para fazer alguém feliz – há que se traduzir este amor nas atitudes que fazem o outro se sentir amado”. Naquele texto, minha intenção era afirmar que amar não pode ser postural e restrito ao “eu te amo”, mas sim proativo. Se você deseja amar alguém, não adianta traduzir este amor nas atitudes que me bastariam para você se sentir amado, mas sim naquelas que fazem sua companheira se sentir amada nas suas necessidades mais particulares. O maior desafio das boas relações é enxergar o outro de verdade, com respeito e interesse legítimo em compreender seu mundo, suas aflições, seus anseios, desejos, valores, crenças e hábitos enraizados.
Não existe momento mais sublime na vida de um homem do que ter sua companheira diante de si, olhando-o com atenção nos olhos, procurando enxergar sua alma, sua verdade mais íntima. Fazendo um esforço maluco para deixar suas regras e conceitos pessoais de lado, sua ansiedade em postular suas verdades tão absolutas para, nem que seja por um instante, entender de verdade o que ele está sentindo, desejando ou temendo. É um momento raro da vida onde nossa solidão se desfaz como uma bolha de sabão jogada no ar.
Temos perdido o jeito de se colocar no lugar do outro e aprender, evoluir na relação. Mas ainda há tempo de voltar e tentar de novo. Sempre.
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