Netflix é um caso notável de inovação estratégica. Poucas empresas emergentes conseguem, de forma tão equilibrada e disciplinada, conciliar o curto-prazo com o longo-prazo: focalizam ganhos de excelência na Proposta de Valor em curso, no presente. E ao mesmo tempo, investem em novas plataformas de negócio que têm levado anos para serem criadas e implementadas com sucesso.
Exemplo disso são as séries originais e exclusivas, como House of Cards e Lilyhammer, dentre outras. A estratégia é muito simples: criar um conteúdo que só pode ser assistido no Netflix para aumentar a base de assinantes, incorporando novos assinantes interessados pelo buzz frenético que as séries têm criado nas redes sociais e pelos blogueiros de expressão.
Em nossos workshops de Inovação em Modelos de Negócios, frequentemente abordamos o processo de disruptura liderado pela Netflix, que dizimou seu maior rival, a Blockbuster. Uma das passagens desta história que nós mais gostamos, e que pouca gente sabe, é a resposta que a empresa deu para um comentário jocoso de um de seus principais concorrentes…
Em 2010, 13 anos depois de sua fundação, a Netflix realizou sua primeira manobra de expansão internacional, lançando seu serviço no Canadá. Neste mesmo ano, perguntaram para o CEO da Time Warner, Jeffrey L Bewkes, se ele via a Netflix como ameaça. “É como se você me perguntasse se o exército da Albânia iria dominar o mundo. Eu não acho que vai conseguir…”. A pronta resposta do CEO e fundador da Netflix, Reed Hastings, foi simplesmente comprar um carregamento de quepes do exército albanês e distribuir para todo o staff usar pelo escritório!
Apenas por curiosidade, na semana passada (16 de abril), o Estadão publicou que a Netflix alcançou mais de 62 milhões de assinantes em mais de 50 países e superou, com US$ 32,9 bilhões, o valor em bolsa do gigante da televisão americana CBS (US$ 30,6 bilhões). A Time Warner que se cuide...
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