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Foto do escritorFernando Luzio

Não Sabemos Fazer Networking


Imagem: Networking deve ser uma habilidade desenvolvida desde cedo na vida

Precisamos mudar a cultura brasileira de networking. Temos de aprender e praticar o modelo americano, direto e claro.


Estive em um evento internacional esta semana de altíssimo nível. O convite chamava atenção para um café da manhã de networking antes das palestras, das 8:00 às 9:00. Na sequência, 4 palestras seguiriam até às 11:00. Fiquei observando o comportamento das pessoas e me dei conta que networking no Brasil tem a mesma anatomia do flerte amoroso. As pessoas ficam olhando umas para as outras, esperando que alguém dê um sinal de abertura para uma aproximação. Enquanto a dica não vem, trocam-se olhares constrangidos, as pessoas ensaiam o contato mas ele demora a acontecer - quando acontece. Para piorar, muitas pessoas ficam checando seus emails ou últimas postagens do Facebook enquanto tomam o café, prejudicando ainda mais o contato visual para facilitar a aproximação. Em todos os eventos no Brasil, noto a mesma dinâmica.


Quando vou a eventos nos Estados Unidos (e na Inglaterra também), o processo é completamente diferente. Você está pegando um café, alguém se aproxima e imediatamente aborda você se apresentando e puxando a conversa. Pergunta quem é você e tenta encontrar um assunto de interesse comum. Enquanto a corda da conversa está esticada, a(o) executiva(o) permanece ali numa troca positiva. Quando o assunto beira o esgotamento, despede-se e parte para outra abordagem. Entrega o cartão de visitas e deseja um bom evento, porque tudo bem também ser uma conversa rápida. No final do dia, ou no mais tardar no dia seguinte, recebo um e-mail daquela mesma pessoa agradecendo o contato, compartilhando o endereço do seu site e Linkedin, e despede-se desejando que possamos tomar um café num futuro próximo. Nice and easy! Simples assim!


Timidez de uns? Arrogância de outros, que medem o interesse pelo porte do crachá do outro e só abordam os mais aparentemente interessantes? O fato é que perdemos a oportunidade de expandir nossa rede e fazer bons negócios, no presente ou no futuro, porque networking é semeadura. Não sabemos quando vai gerar frutos, mas no mínimo sempre aprendo muito com as pessoas num bate papo despretensioso, às vésperas de iniciar uma conferência.


Você não tem como prever se vai encontrar o novo cliente da sua vida naquele evento, mas pode sair com uma resposta inusitada para um problema que há tempos lhe aflige. Outro dia, numa palestra em Punta Del Este, estava tomando café no intervalo e conversando com um fotógrafo. Em 5 minutos ele me deu uma dica de uma plataforma extremamente amigável para se produzir iBooks e publicar na iBook Store da Apple. Pronto, resolveu um grande problema da nossa empresa.


Vamos parar com isso. Vamos tentar ser mais diretos no próximo evento e sair com novos aprendizados e contatos. E vamos deixar que a alquimia da vida social e corporativa se encarregue de adicionar significado aqueles encontros acidentais.

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